Ou seja, o que está previsto é que a inspeção a motos seja obrigatória apenas para aquelas que tenham uma cilindrada superior a 250 cm3, (cerca de 80 mil em todo o país), e o que pretende a ANCIA é que sejam abrangidos todos os motociclos e ciclomotores, abarcando assim cilindradas a partir dos 50 cm3, em que se prevê que estejam a circular no país mais de um milhão deste tipo de veículos.
Paulo Areal defende que a obrigatoriedade para as motas com menor cilindrada é até mais urgente do que para as de maior potência porque, segundo os dados estatísticos, são as primeiras que mais estão envolvidas em acidentes, muitos deles mortais.
“Sem grande explicação, vamos avançar com uma gama que não cobre o universo de todos os veículos de duas rodas, nem aqueles que mais estão sujeitos a acidentes”, observou, acrescentando que a associação tem a reivindicar que todas as cilindradas sejam abrangidas, “aliás, a exemplo daquilo que acontece nos Açores, onde desde 2004 se realizam inspeções aos motociclos”.
Em termos percentuais, morre-se muito mais por acidentes devido aos veículos de duas rodas do que aos de quatro, sustenta Paulo Areal, acrescentando que “por cada 100 acidentes com mortes, há três vezes mais a probabilidade de morte quando existe uma intervenção de um motociclo”.
O presidente da ANCIA revela que há um estudo da Comissão Europeia que diz que “cerca de 8% dos acidentes de veículos de duas rodas estão relacionados com falhas técnicas”, apesar de o problema principal ter a ver com o condutor em si.
“Há uma faixa de veículos que circulam na via pública que não estão sujeitos a qualquer controlo. O primeiro grande objetivo é trazer esses veículos para os centros de inspeção”.
Só falta os Centros de Inspecção começarem a fazer inspecções aos condutores e restantes passageiros das viaturas