Em alguns países o ano que vem não será 2018

Em alguns países o ano que vem não será 2018

27 Dezembro, 2017 Não Por Admin2

Em que ano estamos? A resposta a esta pergunta pode não ser tão fácil quanto parece, já que tudo é relativo.

Os seres humanos já criaram diversos calendários para acompanhar a passagem do tempo. Pelo calendário judaico, por exemplo, estamos em 5.778. No entanto, o tempo é algo efémero, que não pode ter marcado um ponto exacto de início, por isso seu conceito é tão complexo. Assim, como encontrar esse início? Como contar o tempo? E com que ferramentas?

Hoje trazemos diferentes calendários que continuam activos mundo fora. Os calendários existem há muito tempo, e na antiguidade havia ainda mais do que actualmente. Apesar de tudo, aqueles que continuam em funcionamento são suficientes para que entendamos melhor a subjectividade do tempo.

Na maior parte dos países do mundo, o Ano Novo será 2018

A maioria dos países segue o calendário gregoriano. Ele foi introduzido pelo papa Gregório XIII no século 16, em substituição ao calendário juliano. Actualmente, a diferença entre os dois calendários é de 13 dias, aumentando em 3 dias a cada 400 anos. Por isso, alguns países celebram o “ano novo velho”: é como o ano novo, só que pelo calendário juliano. Ele continua sendo festejado em algumas culturas, sem que a população rejeite o ano novo actual. Entendeu?

O calendário gregoriano foi introduzido em 1582 nos países católicos, chegando a outras nações com o passar dos séculos. Segundo ele, 2018 terá início em 1 de Janeiro.

A Tailândia chegará ao ano de 2561

De acordo com o calendário gregoriano, o ano que vem será 2018, mas a Tailândia entrará no ano de 2561. Oficialmente, o país segue o calendário lunar budista, em que a cronologia é contada a partir da descoberta do nirvana por parte de Buda.

Mas eles usam também o calendário gregoriano. Os nativos do país abrem excepções para os estrangeiros, e produtos e documentos podem trazer datas de validade de acordo com ambos os calendários. Países da Ásia como Sri Lanka, Camboja, Laos e Mianmar utilizam também o calendário budista.

A Etiópia entrará no ano de 2011

O calendário etíope é atrasado em 8 anos em relação ao gregoriano. Sem falar que eles têm 13 meses por ano, 12 meses de 30 dias e o último mês bem curto, com apenas 5 ou 6 dias, dependendo se o ano é bissexto ou não. O dia não começa à meia-noite, e sim com o nascer do sol. O calendário etíope é baseado no antigo calendário alexandrino.

Pelo calendário de Israel, estamos em 5.778

O calendário judaico é considerado o oficial em Israel, assim como o gregoriano. Segundo este calendário, são festejados os eventos marcantes para os judeus, além da comemoração das datas de nascimento e também falecimento dos entes queridos (neste último caso, o calendário é muito importante já que nesta data, reza-se o Kadish, oração feita em memória dos que já se foram. Nesta ocasião, visita-se o túmulo do falecido e também se reza na sinagoga). Os meses deste calendário começam rigidamente na Lua Nova, e o primeiro dia do ano (Rosh Hashaná) é sempre numa segunda-feira, terça-feira, quinta-feira ou sábado. Para que o Rosh Hashaná seja no dia correspondente da semana, o ano actual pode ser prolongado em um dia ou mais.

O calendário judaico começa com a primeira Lua Nova, que apareceu numa segunda-feira, exactamente em 7 de Outubro de 3761 A.C, às 5 em ponto e 204 partes. A hora no calendário judaico é formada por 1.080 partes, e cada parte possui 76 momentos.

No Paquistão, o Ano Novo será 1439

O calendário muçulmano é usado para determinar as datas de festas religiosas, e é considerado o calendário oficial por alguns países islâmicos. A cronologia é contada a partir do dia em que o profeta Maomé e os primeiros muçulmanos foram de Meca a Medina (622 d.C).

Por esse calendário, os dias começam com o nascer do sol, e não à meia-noite. O começo do mês é o dia em que a Lua Crescente aparece pela primeira vez depois da Lua Nova. A duração do ano no calendário islâmico é 10 ou 11 dias menor que o ano solar, e os meses variam de acordo com as estações do ano. Aqueles meses que estiveram no verão, depois de um tempo estarão no inverno, e vice-versa.

O Irão entrará no ano de 1396

O calendário persa é o oficial no Irão e no Afeganistão. Este calendário astronómico foi criado com a participação do poeta, matemático e astrónomo Omar Jayam.

Assim como no caso do calendário islâmico, o persa começa a contagem na Hégira, mas é baseado no ano solar. Por isso, os meses são sempre na mesma estação do ano. A semana do calendário persa começa ao sábado e termina na sexta-feira, que é considerado como um dia de fim de semana.

De acordo com o calendário hindu, chegará o ano de 1939

O calendário nacional hindu foi elaborado e adoptado há pouco tempo, em 1957. Ele é baseado nos cálculos da era saka, e é um antigo sistema de cronologia difundido na Índia e no Cambodja.

Contudo, na Índia existem outros calendários usados por diferentes povos e tribos. Alguns usam a morte de Krishna (3102 a.C) como ponto de partida, enquanto para outros é a chegada ao poder de Vikram, no ano 57. Já aqueles regidos pelo calendário budista começam o seu ciclo a partir da morte de Buda Gautama (543 d.C).

O Japão receberá o ano 30

No Japão, está vigente a cronologia a partir do nascimento de Jesus Cristo e a tradicional,cuja base é calculada por anos de governo dos imperadores japoneses. Cada imperador dá nome a determinada época, que funciona como um lema de sua gestão.

A partir de 1989, o Japão entrou na “Época da paz e da tranquilidade“. Actualmente, o trono é ocupado pelo imperador Akihito. A época anterior foi chamada de ”O mundo iluminado”, que durou 64 anos. Na maioria dos documentos oficiais, usa-se as duas datas: a do calendário gregoriano e a da era actual do Japão.

Segundo o calendário chinês, começará o ano de 4716

O calendário chinês é usado no Cambodja, Mongólia, Vietname e outros países asiáticos. A cronologia teve início com a chegada ao poder do imperador Huangdi, em 2637 a.C.

O calendário é cíclico, baseado nos ciclos astronómicos de Júpiter. Este omite o sol cinco vezes durante 60 anos, e são os cinco elementos do calendário chinês. Uma rotação de Júpiter em torno do Sol dura 12 anos, e os anos deste calendário receberam nomes de animais. Em 2018 (pelo calendário gregoriano), começará o Ano do Cão.

A Coreia do Norte entrará no ano de 107

O calendário Juche é usado na Coreia do Norte desde 8 de Julho de 1997, junto com o gregoriano. O ponto inicial é 1912, ano de nascimento de Kim Il-Sung, fundador do Estado norte-coreano e presidente eterno do país além de avô de Kim Jong-Un. O ano de seu nascimento é o ano 1, então não existe ano 0 por esse calendário.

Ao escrever as datas, os moradores do país usam os dois calendários. Aquela de acordo com o gregoriano aparece entre parênteses, ao lado da data pelo calendário Juche.

Bónus. Quantos anos tem?

Não é só o tempo que pode ser contado de maneiras diferentes. Com a idade dos humanos, a coisa também não é tão preto no branco. Em muitas culturas asiáticas, a idade das pessoas também é calculada por um sistema específico. A conta começa de 1, e não do 0. Ao nascer, um bebê já tem um ano. A idade vai aumentando com a chegada do ano novo, e não na data de nascimento da pessoa. Ou seja, quando um novo ano se inicia, toda a família reunida diante da mesa festiva completa mais um ano. Assim, a idade de um asiático pode ser alguns anos diferente daquela de um europeu, por exemplo, ainda que os dois tenham nascido no mesmo dia.

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