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Hoje no meu voo de Geneve para o Porto, um voo carregado de emigrantes Portugueses sentou-se junto a mim mais um deles. Nada de novo até aqui.
Minutos depois de ter pedido uma sandes que apenas consegui comer metade e por trás dos auriculares ligados a um iPhone oiço uma voz. “Deve querer ir a casa de banho”, pensei. Instantaneamente levanto-me… mas não. Um sorriso indica que e outra coisa. Tiro um auricular. “Ainda vai comer mais? Importa-se que fique com o resto?”. E nestes momentos, nestes segundos em que saímos dos nossos hiper-conectados mundos e do nosso stress diário que caímos naquela que e a essência humana. Disse-lhe que não, chamei o chefe de cabine e pedi mais uma sandes. Dei-lha.
Mas esta história para mim foi muito mais que uma sandes ou um momento semi auto-congratulante para colocar no Facebook, foi um verdadeiro reality-check.
Ao conversar com o José (raramente o faço num voo), fiquei a conhecê-lo melhor. 40 e muitos como diz ter mas sem querer concretizar, há ligeiramente mais de 2 anos a trabalhar em Vevey na Suíça. Trabalha na construção, vive com 2 colegas e não vê a mulher e as duas filhas há mais de 2 anos. Dois anos!!! Perdeu a entrada da filha na universidade – mas não reclama porque diz que é para isso (e que para a outra também possa ter esse “luxo”) que está na Suíça. O skype ajuda, diz mas a “saudade mata”. E foi para isso que poupou e comprou este voo. Vai ver as filhas, a mulher, a mãe que não vê ha tanto tempo. Vão estar no aeroporto, assegura-me. Não duvido. Diz que saiu de Portugal depois de a fábrica onde trabalhou quase 20 anos ter fechado, não encontrou mais nada em quase um ano de procura. “sou trapo velho” diz.
Como é possível aguentar esta saudade? Como e possível não se queixar? Como é possível dizer-me que está “bem”? Como e possível trabalhar “das 8 às 10″ (faz um part-time também) para poder mandar dinheiro para Portugal para a Rita e a Sofia? E mesmo assim sorrir?
Não consegui, enquanto soltava lágrimas num misto de perplexidade e compaixão, ele ria-se. “Não estou doente homem. Não há motivo para chorar”.
É de facto esta a geração que está na lama. Não os 20-something, não os “cérebros que fogem”, são os pais desses cérebros – chamemos-lhes os músculos. Esses tem muito menos oportunidade, muito menos capacidade de se adaptarem. Esses estão a reconstruir uma vida depois de já terem construído uma. Esses estão a passar pela maior privação de todas. Estar longe da família que criaram, das pessoas que amam.
Adorei este texto,afinal temos tantos josés nesta vida,também o meu marido esteve imigrado em Israel,foi no mês que a nossa filha nasceu,perdeu tudo dela,o gatinhar, as primeiras palavras….valeu-nos as fotografias,não tínhamos computadores,nem nada que se pareça,com a tecnologia de hoje ,estou a falar de à 38 anos,, foram tempos difíceis,apaziguados pelas vindas a Portugal de 6 em 6 meses ,uns curtos 15 dias,que passavam a correr,mas tudo se passa nesta vida com saúde,que é o principal,mas hoje para os casais novos também não está nada fácil, tenhamos esperança que a vida vá melhorando para a camada mais jovem e que possam continuar a tirar os seus cursos e a ficarem a trabalhar em Portugal com ordenados dignos.
Com licença:
Mais vale 100€ e ver a família de manhã e á noite, do que 200€ fora e sem hipótese de ver a família como manda a regra. Quantos sofrimentos evitados.