A carta que ficou viral nas redes sociais dirigida a Mariana Mortágua
“Cada vez que estiver nestas reuniões de “trabalho” sinta vergonha por mais 1 assalto à classe dos “abastados” (classe média) em vez de começar por tributar o património dos partidos políticos…”
As palavras de uma mulher ficaram virais pelas redes sociais nesta carta a Mariana Mortágua que tem sido acusada de querer roubar os portugueses.
“Cara Mariana, no seguimento à sua brilhante frase “Temos de perder a vergonha e ir buscar dinheiro a quem está a acumular dinheiro”, permita-me a minha revolta nestas palavras que lhe dirijo: Esta sou eu com 16 anos no meu 1º trabalho, nas férias do Liceu (não, não é photoshop nem posei para a fotografia, estava mesmo a trabalhar!). Ganhei o meu 1º salário, 30 contos, como operadora de empilhador numa empresa de construção. Aos 17, já carregava camiões, com chuva e pó nas ventas ao volante de 1 máquina de maior porte. Com 6h de trabalho intenso, onde por vezes era preciso montar paletes (de blocos de cimento), seguia para a escola.
Aos 18 já era independente e pagava as minhas contas. Ingressei no ensino superior. Dava aulas durante o dia todo e seguia para o Porto, estudar à noite. Formei-me a pagar meus próprios estudos como trabalhador estudante. Comprei aos 23 anos meu 1º carro sozinha (1 renault cinco em 2ª mão). Aos 28 anos construí 1 casa com empréstimo bancário que paguei durante 15 anos. Aos 35, tinha já 1 poupança de alguns milhares. Ao longo dos meus 50 anos, já fiquei sem emprego mas nunca sem trabalho.
Só estive 4 meses no fundo de desemprego, para logo de seguida empreender. Quando estive grávida deixei perplexa a funcionária da segurança social perante minha ignorância e não ter, por isso, requerido subsídio. É que meus pais ensinaram-me a trabalhar, não a viver à custa do Estado. Não desenvolvi essa habilidade. Porque apesar de não ter dividido como o meu pai, 1 sardinha por três, cresci sem saber o que era abundância. A dar valor a tudo o que se tinha. A lutar. A fazer reservas para o futuro.
Emigrados no Canadá, e porque era preciso “acumular dinheiro”, não tenho 1 lembrança, em criança, de 1 passeio com meus pais, de 1 almoço fora, de 1 férias… Os brinquedos, ainda hoje consigo lembrá-los todos. As roupas e calçado, só quando eram mesmo precisos. Vivi em casas modestas dormindo na sala. Porque era preciso “acumular dinheiro”, aos 5 anos tive de aprender a tomar conta de mim sozinha (ter babysitter é prós fracos). Porque meu pai , acampado nos bosques onde cortava pinheiros, só vinha ao fim semana. Minha mãe, tinha 2 empregos (era contínua e fazia limpezas), só a via à hora de almoço porque saía às 5h e chegava sempre pelas 24h. Cresci sozinha porque era preciso trabalhar arduamente para “acumular dinheiro”. Porque o meu pai não assaltou bancos. O que tinha era mesmo dele. Saiu-lhe do corpo.
Por isso, vocês é que deveriam ter VERGONHA. Porque é preciso ser-se muito NULO para não saber governar sem sacar a quem faz pela vida. Criar grupos de trabalho de como assaltar as poupanças e património, em vez de procurar estimular e incentivar a economia. Porque de facto, já não pagamos impostos suficientes. Saiba que os “acumuladores de dinheiro deste país, trabalharam arduamente para o ter. Sejam grandes ou pequenos acumuladores de dinheiro”, TODOS começaram de baixo (excluo aqui, como é óbvio, os criminosos assaltantes de bancos, de património, traficantes). E consoante as suas aspirações, uns apostaram mais alto, outros menos, mas todos contribuindo para o enriquecimento da Nação.
E é graças a eles TODOS que a Mariana, sem mérito algum, pousa o seu rabito no Parlamento. Porque não fossem eles, não haveria salário para nenhum de vós, que a bem dizer, é um desperdício. O país não precisa de parasitas que estudam meios para conseguir roubar mais a quem os sustenta. Precisa sim de gente como nós, mais ou menos “abastados” que produz, que investe, que cria postos de trabalho.
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3 comentários
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Cara sra penso que é de pessoas como a sra que Portugal e o resto do mundo precisa. Não de abutres e exploradores ricos e que enriqueceram à sua minha é minha custa. Há tantos e até têm subsídios do estado se calha você até têm assim algum vizinho.você pode ter algum dinheiro mas de certeza que se dá agora trabalho a alguém não o vai escravizar para ter mais e mais.julgo que é destes que não queremos para o país e para a humanidade
Estive a ler com muita atenção o comentário desta grande senhora que não a conheço mas por tudo que escreve dá-me o direito de a saudar e de lhes dizer que me fez lembrar o passado em que vivi: meus Pais eram pobres: meu Pai aos trinta e tres anos estava invalido e muito doente porque trabalhou deu cabo da saúde para nos criar: minha Mãe nada podia fazer porque era-mos muitos irmãos e todos muito pequenos: a fome era muita: cheguei andar pelas portas a pedir esmola: vida triste desgraçada pedia de porta em porta mas não me davam quase nada: fui crescendo e avida foi melhorando com o trabalho que se fazia no dia-a-dia, até que fui para a tropa e passados alguns fui para o Ultramar perdi a minha juventude na tropa longe dos amigos da família e da namorada e perdi por completo a pessoa que eu amava foi o meu Pai faleceu estava eu em Moçambique a combater por uma coisa que não era minha, passados anos regressei e passados meses resolvi casar queria ter uma vida apenas para mim e para a minha namorada que muito dela gostava, sempre gostei de trabalhar e tudo que fazia gostava de o fazer e tantos anos trabalhei não me recordo quando foi qual foi a data em que comecei a trabalhar mas acho que ainda andava na barriga da minha Mãe e já sepurtava o peso dabada dos feijões que minha Mãe apanhava entre o milho: mas continuando nunca gostei de comer nem beber nada à custa de alguém, sempre trabalhei por conta de outrem e sempre cumpri com o meu dever de um bom trabalhador sério e honesto tanto com os meus colegas como com todos os patrões para quem trabalhei: sempre tive um objectivo quem melhor salário pagasse melhor seria para mim: sempre vivi com uma ideia apenas viver sem dever nada a ninguém, viver sem pedir nada a ninguém, viver a penas com o que ganhava: hoje estou reformado depois de tantos anos de sacrifício e muito trabalho continuo a não viver há custa de ninguém apenas vivo com a minha reforma porque descontei para a ter: apenas tenho agradecer a Deus e a nossa Senhora de Fátima por me ter ajudado na saúde na coragem de ter enfrentado as mazelas que ao longo dos anos fui confrontado com situações muito más que não quero relembrar força Mortágua Deus é grande.
Desculpe me de acrescentar ás suas palavras que sao corretas, que voçê foi muito meiga com esses trapos ignorantes duma certa geração que se tem tornado a vergonha de uma sociedade indigna e imoral da confiança que se lhes dá. Mas não esqueça que a respondabilidade de termos este tipo de escumalha a dirigindo-nos é a culpa do mesmo povo que se queixa. Pois é ele que vota neles. Não é preciso ser especialista pra ver que são todos uns corruptos pois assim também é o povo. Pois eles não nascem politicos mas saem do povo. Eles só reflectem o que o povo é. Não votem